Escolhi esta música hoje para compor meu blog, pois Venci mais uma batalha. Às vezes temos que ter armadura ou melhor usar nossa armadura; que fica adormecida por algum tempo. Quem não tem, deve contruir, pois ela é feita a mão, com nossas próprias mãos, não se compra, se compõe! Penso: agir como guerreiro nem sempre é agir com violência, [claro que as vezes é preciso, mas...]
Fui gueireira HOJE e isso é o que importa.
Caminhando contra o vento
Sem lenço, sem documento,
No sol de quase dezembro
Eu vou...
O sol se reparte em crinas
Espaçonaves, guerrilhas
Em Cardinales bonitas
Eu vou...
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou...
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou... por que não, por que não?
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço, sem documento, eu vou
Eu tomo uma Coca-Cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou...
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil
Ela não sabe, até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou...
Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou ... por que não, por que não?
Caetano Veloso escreveu esta música na década de 60, mais precisamente em 1968, em plena Ditadura Militar.. Tal período revelava a escassez, a dificuldade que o povo brasileiro passava, o quão era utopia toda nossa conquista, mas que no Futuro estaria ainda de pé, rumo à democracia.
Talvez na minha inquetude encontre respostas das quais ainda procuro, mas levo a certeza no peito que coisas muito boas plantei, nas quais ainda não estão no período de colhe-lás... Precisa de calma, cultivo e determinação. Assim, também Caetano teve ao compor, pois ainda ousou em incluir uma citação dos livro de Satre [grande filósofo existencialista francês/existência-essência] As Palavras e as Coisas: "nada nos bolsos e nada nas mãos", que acabou virando "nada no bolso ou nas mãos".
Com mérito e certeza não trago nada nas mãos ou nos bolsos: trago na Alma. E este "compartimento" é mais importante. Aprendo a cada dia, cada momento, cada segundo... Resolvo fazer escolhas, antes que eu vire uma escolha. Tento dominar o cão ferroz, antes que ele me domine, sigo em frente de cabeça erguida, antes que ela se abaixe de vez. E ELE sempre está comigo, contigo, conosco. Amém.
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